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Colégio Naturalista

Epígrafe

“Teus olhos estão cansados porque procuras o mistério em todas as coisas. Não há mistérios — há o céu e a terra, e os seres que neles estão. Teus ombros vergam porque queres erguer o mundo — não o erga, mas viva nele com teus irmãos. Cace, mate, morra e retorne ao ciclo. Por trás de toda dor, todo pranto e toda fúria, o mundo está em paz. Eis o mistério, eis a força.”

Harlam, o Corvo da Tempestade.

Prólogo

“Observo da floresta o pequeno vilarejo a algumas léguas de distância, enquanto espero minha irmã. Há quase cem anos não a vejo e sinto alguma apreensão com este encontro — jamais a pude compreender completamente, talvez pelo estranho sangue humano correndo em suas veias. Tudo o que sei é que se tornou uma maga, como eu, e que de alguma forma estuda os elementos, também como eu. Espero que isso nos tenha tornado mais próximos.

— Perdido no labirinto de seus pensamentos mais uma vez?

Como sempre aconteceu, ela chegou sem que eu percebesse. Continua bela, leve e ágil, parecida com nossa mãe, ainda assim forte. Contudo, o sangue humano já começa a corroer sua beleza — pequenas linhas se formaram em torno de seus olhos e boca. Linhas sutis, mas indicadoras inequívocas de que as parcas de Cruine a estão alcançando.

— Sim, estava perdido em minhas lembranças. Você parece corporificar muitas delas. Salve, irmã!

Um sorriso radiante se estampa em seu rosto e repentinamente toda a floresta parece também sorrir. Todos os vestígios do tempo se apagam e ela parece jovem novamente, como quando ainda andava aos tropeções atrás de mim, nas florestas de Lar, trazendo meus livros, fazendo perguntas. Não, agora há algo diferente — jovem não: extemporânea, como os tomos dizem ser o grande Palier, alheio a todo tempo, sempiterno. E radiante, como as rainhas élficas vindas dos Tempos das Brumas.

Desconfio que tal aura tenha algo a ver com os estudos místicos de minha irmã.

— Mas me diga, meu belo irmão: por que veio ao meu lar?

Novamente olho ao redor e não posso disfarçar minha surpresa ao vê-la chamar de lar àquele lugarejo pobre, cheio de aldeões ignorantes e supersticiosos. Isso não era algo aceitável para alguém que já tinha estado nas florestas ancestrais de Lar, sentindo a força que emana das poderosas raízes que sondam as rochas há milênios e servem de pilares para as cidades élficas, indescritivelmente belas e antigas.

— Vim resgatá-la. Resgatá-la do oblívio, do triste esquecimento entre essa gente fugaz e passageira que se vai antes que os conheçamos; levá-la para onde a vida brota, e sempre brotará com abundância: o seio de seu povo.

Ela pareceu triste e desapontada, quase ofendida. Mas como poderia, se eu apenas fazia aquilo porque a amava?

— Você ainda não entende, irmão. Tudo é sazonal. Nada é tão fugaz que não deixe sua marca no mundo. E nada é tão perene que não encontre um fim. A fonte de toda a vida não é privilégio de ninguém: ela está tão presente aqui como em Lar ou numa aldeia de orcos.

Vejo em seus olhos que não me podes compreender. Entendo que queres o melhor para mim, mas aqui já encontrei o meu melhor, a minha gente. Muitos deles vieram ao mundo por minhas mãos, e tantos outros já vi partir de volta ao seio da terra. Partilhamos a comida na fartura e nos amparamos quando vem a fome. Aqui eu sinto o hálito da vida. Por favor, meu irmão, não me peça para partir.

Como assim? Como exigia de mim algo tão impensável quando me comunicava tão cruamente as vicissitudes por que passava junto àquele povo miserável? Como eu poderia cruzar os braços quando poderia levá-la a uma terra de infinita fartura?

— Irmã, eu realmente não entendo... você me fala em vida, mas aqui só vejo miséria. Você já esteve longe de mim por tempo demais; não parta sem que tenha tempo para entendê-la. Por favor venha comigo.

Estendo minha mão e ela a recebe com um sorriso triste. Ela olha nos meus olhos e repentinamente me vejo imerso em águas cinzentas, mas não frias, cheias de um calor agradável e estranhamente familiar.

— Irmão, você sempre perdeu tempo demais esquadrinhando os elementos com sua preciosa inteligência. Não tente entender, porque não há nada para ser entendido: sinta!

A sensação de familiaridade cresceu, enquanto o olhar de minha irmã tornava-se onipresente, abarcando o mundo a minha volta. De repente, um grande silêncio, profundo, mas eloquente porque dizia mais que qualquer outra palavra, caiu sobre nós, e todas as minhas preocupações pareceram fúteis e infantis. Rompendo suavemente este silêncio emergiu o rufar calmo e compassado de nossos corações, entremeado com o ritmo constante de nossas respirações. Outros, muitos outros corações e sopros uniram-se aos nossos, montando um mosaico enorme e harmonioso que ia muito além de nós, mesmo do conjunto inteiro. Naquele momento eu senti que por trás de todo conflito, toda dor, toda perda, a vida segue numa paz infinita. As mãos de minha irmã afastaram-se das minhas, mas uma reminiscência daquela epifania persistiu teimosamente comigo… e mais uma vez eu parecia olhar para minha mãe.

— Não tente entender o que sentiu, ou vai matar a doçura de sua lembrança. É assim para mim, todos os dias, no meio de meu povo. Não temo perdê-lo, irmão, pois o elo que nos une não pode ser rompido por qualquer tempo ou distância. Eu não preciso entendê-lo por que o amo e o aceito como é e porque assim você me foi dado. Não tenha medo de me perder, porque nada pode me arrancar de você.

Tão doce, tão sábia! Senti-me novamente um infante arrebatado pela presença mágica de nossa mãe. Aquele sentimento me sufocou a garganta e não pude falar. O canto de todos os pássaros chegavam a mim. Gostaria que o encanto daquele momento durasse para sempre. Minha pequena e jovem irmã me abraçou com força, e a única coisa que eu desejava era levá-la comigo, porque era para mim a coisa mais preciosa em todo mundo.

— Isso que você sente agora eu aprendi a experimentar entre este povo tão pobre e cheio de necessidades. Não posso deixá-los, porque abandoná-los seria perder minha conexão com o Amplexo, e isso me mataria. Entenda-me: eu não posso e nem quero partir.

— Não acho que eu seja forte o bastante para deixá-la — eu disse com uma indefinível tristeza.

— Não seja tolo! Nada criado no seio da natureza é fraco. Faça o que sinceramente pedir o seu coração e você encontrará novamente sua força.

Com um beijo em minha testa ela se afastou, sem se despedir. Nunca nos despedimos, eu por medo de que fosse a última vez que nós falávamos, ela por não se sentir jamais longe de mim.

Vejo-a distanciar-se e ser cercada pelas crianças; vejo o olhar de ternura dos velhos e o respeito e admiração na saudação dos jovens. Nenhum deles olha em minha direção, mas sei que estão tão cientes de minha presença quanto eu da deles, mas sua rotina não permite novidades e, por isso, sou uma distração desnecessária — as colheitas precisam crescer, o gado precisa engordar, deve haver lenha para o inverno. Eles procuram os conselhos de sua sábia mentora e esperam que sua magia fortaleça as raízes e faça as folhas e galhos erguerem-se para o sol. A vida não pode esperar.

Há alguma umidade no ar, mas a terra está seca por dias de sol inclemente. O último rio que vi está há léguas de distância deste vilarejo, e aqui não passa de um córrego. Só uma coisa separa essa gente da migração e da morte: a minha irmã.

A senhora da vida e dos milagres, para aquela gente, junta suas mãos e pronúncia as palavras mágicas, mais com o coração que com a mente, e as plantas brotam de sementes ocultas no solo pobre — um paliativo que afastará a fome por vários dias. Eu respiro profundamente e o Karma ferve em mim, queimando em grande cópia, enquanto vocifero os nomes secretos aos ventos, congregando os espíritos elementais, submetendo-os à minha vontade iluminada. Os ventos rodopiam em grandes altitudes, juntando a umidade dispersa num único ponto, e nuvens negras surgem, primeiro timidamente, depois em maior volume, e a preciosa água cai sobre todos nós. Esse é meu beijo para você, minha irmã, a forma pela qual mostro minha paixão intelectual por tudo o que você me mostrou com o entendimento de seu coração. Não tenho mais medo de perdê-la, porque em todos os momentos de minha vida estarei suspenso na brevidade daquele momento em que repousamos juntos, embalados no Amplexo, sentindo o hálito suave e morno da vida.

Eu te amo Mirdam, minha irmã. Até sempre.”

O Colégio

Uma força inefável move o mundo, trazendo as estações, fazendo brotar e crescer as flores, orientando a migração dos pássaros, ceifando o antigo e fortalecendo o novo. Há magos que conseguem se alinhar com esta força poderosa, sentindo seus ritmos e aprendendo seus segredos — estes magos são os sábios do Colégio Naturalista.

História

Apesar da origem recente, o Colégio Naturalista se baseia numa filosofia tão antiga e sagrada como o próprio culto à Maira, a deusa de três faces. Contando com pouco mais que algumas centenas de anos de vida, sua origem tornou-se parte lenda, parte relato histórico, embora os personagens nela envolvidos sejam, de fato, reais.

Dizem que quando a grande Mirdam, uma nobre arquimaga de Filanti, triunfou sobre uma falange Bankdi nas fronteiras do país, quase pagou o preço da própria vida. Às portas dos reinos de Cruine, foi recolhida por uma tribo de montanheses que a levaram aos seus sacerdotes sagrados, professadores do culto de Maira, que usaram seus conhecimentos para curar suas feridas físicas e espirituais.

Após três luas, Mirdam despertou diferente, profundamente impressionada com revelações que teria vislumbrado além do mundo da forma. Em suas visões, dizia, teria conhecido o que chamou de “Amplexo Vital”, ou o Abraço Criador: um campo de energia que envolve o mundo e todas as criaturas, físicas e não corpóreas, existentes nele, subdividido numa série de três círculos de relacionamento em que todos os seres se tocam ou são tocados pela vitalidade do próprio Tagmar e, por fim, mergulham em seu cerne. Tão forte foi tal revelação que Mirdam abandonou seus antigos estudos e dedicou-se integralmente a uma vida de reclusão e reflexão nas bordas de Gironde, onde foi seguida por alguns poucos discípulos.

As lendas assustadoras a respeito dos seres que vagam por entre as matas escuras da floresta em muito influenciaram na paz e quietude que Mirdam e de seus aprendizes. Rumores de aldeões supersticiosos diziam que Mirdam teria cedido ao demonismo e adorava seus senhores infernais nas trevas de Gironde, contudo, o que de lá emergiu não foi uma seita de cultistas, mas uma escola nova de magos sábios, observadores da natureza e, principalmente, incrivelmente sensíveis aos movimentos periódicos e ritmados da vida. Em pouco tempo as comunidades agrícolas Filanti começaram a receber com alegria estes hierofantes que faziam crescer as plantações e previam, nos movimentos das estrelas ou no sussurro dos ventos, os momentos mais propícios para semear e colher. Gozando da simpatia de sacerdotes de Sevides e Selimom os naturalistas estabeleceram diversos centros de estudo, verdadeiros templos ao ar livre, onde os três aspectos do Amplexo eram celebrados. Tão grande aceitação, é claro, também expôs o Colégio a uma diversidade de influências, nem sempre muito bem aceitas pelos puristas e fundadores, o que deu origem a múltiplas linhas de pensamento distinto, ainda que fiéis aos princípios Naturalistas.

Há três anos Mirdam desapareceu. Alguns dizem que chegou ao nível mais sublime do Abraço Criador e foi arrebatada de Tagmar. Outros, muito mais maldosos (ou talvez céticos), acreditam que o maga foi devorada por alguma das aberrações que rondam as orlas de Gironde. Apesar disso, o Colégio Naturalista goza de grande prestígio e se encontra em segura expansão no mundo conhecido.

Localização

Uma coisa deve ser dita sobre os Naturalistas: ao contrário dos outros Colégios, que estabelecem escolas, institutos e capítulos onde montam seus laboratórios de estudo, estes magos constroem vilas comunais onde compartilham seus bens e conhecimentos. Nenhum local fechado é válido para os estudos Naturalistas, e suas palestras, preleções e ritos sempre acontecem ao ar livre.
A maior comunidade Naturalista encontra-se, é claro, em Gironde e chama-se Naturae Domo, ou o Lar Natural. Na floresta de Aberdim em Calco, também se estabeleceu recentemente outra grande comunidade, Mirdana, contando com um grande número de mestres e aprendizes. Quase todos os reinos do continente contam com comunidades maiores ou menores de Naturalistas, embora sejam inesistentes em Verrogar. Destaca-se ainda o colégio na Floresta de Melram (Âmiem), a Escola Naturalista dos Montes Selvagens perto de Elbrat, e os jardins suspensos da Torre dos Mestres da Natureza em Telas.

Símbolos

Vastos e variados são os símbolos adotados pelo Colégio Naturalista, mas o mais famoso entre todos é a Triface, o Rosto de Todos os Rostos. Tal símbolo consiste num escudo circular cujas bordas são uma serpente que morde a própria cauda, tendo em seu interior três rostos unidos, com uma face ligada à outra, simbolizando os reinos mineral, animal e vegetal. O conjunto representa as trocas da natureza, morrendo e renascendo, alimentando-se de si mesma enquanto se imortaliza em seus filhos.

Objetivo

Os Naturalistas acreditam que todas as relações vitais do mundo se dão entre três círculos que, coletivamente, são chamados de Amplexo Vital. De acordo com tal crença, no primeiro círculo estão todos os seres do mundo material, as plantas se alimentando dos corpos em putrefação no solo, animais se alimentando das plantas e outros animais se alimentando destes. A morte, por fim, devolve os corpos à terra, onde toda matéria retorna ao ciclo. Na segunda esfera se dá o que normalmente se chama magia, que provém do conhecimento das leis ocultas que regem ou interferem nas relações presentes no primeiro círculo. Admite-se que qualquer neófito aceito no Colégio já pertença à esfera de influência do segundo círculo; afinal, todos já são magos mais ou menos experientes. O objetivo final de cada Naturalista é adentrar o terceiro círculo, onde terão uma compreensão e vivência plenas do Amplexo Vital. Deve-se, contudo, notar que a compreensão para os Naturalistas não está intimamente ligada à inteligência, mas à sabedoria, que seria uma união entre a experiência prática e o entendimento que se pode tirar dela. Apenas Mirdam teria penetrado no terceiro círculo, e aqueles que o fazem seriam retirados do mundo material, mergulhando no fluxo incessante de vida e energia que envolve Tagmar, tornando-se um emissário e auxiliar dos deuses que regem a vida. Este é o destino mais alto almejado pelos Naturalistas e aqueles que o atingirem serão dignos de admiração e lembrados nas litanias cantadas nos ritos do Colégio.

Para ser aceito pelo Colégio

Embora os Colégios de magos, em geral, valorizem a intelecto, os Naturalistas apreciam sobremaneira a sensibilidade; não é raro que postulantes pouco brilhantes, mas sensíveis e receptivos, sejam aceitos por mestres ilustres e respeitados. O intelecto é um dom admirável, pois ajuda um mago a compreender as experiências vividas no Abraço Divinal, mas de pouca valia é quando o coração está fechado aos sinais sutis presentes na vida cotidiana; a magia não é um conjunto de fenomenologias restrito a alguns poucos eleitos, mas um vasto campo de relações de trocas recíprocas entre tudo o que é vivo. Por esta mesma visão, cada Naturalista trata sua arte como algo iminentemente utilitário, uma ferramenta a serviço do equilíbrio e da prosperidade: sua, de seus aliados, da vida que os cerca.

Egoístas superficiais e hedonistas fúteis são dispensados rapidamente por este grupo augusto e trabalhador.

Ética

Buscar o âmago do Amplexo Vital: eis a missão Naturalista. A observação da natureza e o uso de seus poderes para o bem geral são os caminhos mais óbvios para o seio da deusa. Contudo, deve-se compreender que o “bem geral” não está restrito às comunidades selvagens ou civilizadas dos seres inteligentes, mas à vida e ao equilíbrio como um todo — um Naturalista que usa seus poderes para devastar uma área arborizada da floresta para criar moradia para seu povo, privando espécimes de habitat e comprometendo o equilíbrio da vida naquela área está, no mínimo, equivocado. Quanto mais sensível um Naturalista é às complexas relações que trazem harmonia a um determinado sistema, mais próximo ele está de mergulhar no terceiro círculo do Amplexo.

Os Naturalistas acreditam que todos, presas ou predadores, carnívoros ou herbívoros, inteligentes ou irracionais, possuem seu papel na preservação do equilíbrio e são fortes por natureza. A fraqueza é um estado anormal de desequilíbrio resultante do afastamento da natureza íntima de cada um. Contudo, sempre que alguém ouve sinceramente a voz de sua consciência, reencontra o caminho para seu estado natural de força e vigor; nos animais irracionais, essa “voz” é o instinto que conduz cada criatura no tempo certo para acasalar, caçar ou morrer; nos seres inteligentes a “voz” é o intelecto.

Integrar-se ao ritmo da natureza para beneficiar sua comunidade é a forma mais comum de penetrar e compreender o abraço, mas não a única. Existem Naturalistas que encontram na brutalidade da natureza, na guerra sangrenta do predador em busca da presa, na tempestade devastadora, na fúria do raio e do trovão seu caminho para o terceiro círculo. Por mais paradoxal que pareça, tais Naturalistas não são detestados pelos demais colegas de confraria, uma vez que a destruição representa um aspecto importante do ciclo de renovação natural. Contudo tal brutalidade e selvageria jamais podem ser irracionais, uma vez que tudo na natureza busca espontaneamente o equilíbrio — monstros cruéis que buscam apenas uma válvula de escape para sua necessidade doentia de destruição são rapidamente caçados e eliminados, mesmo por aqueles que os julgam seus “irmãos”.

Organização

A organização Naturalista é, em geral, simples, mas bem estruturada. Existem os guardadores — que se fixam numa comunidade, vila ou tribo e participam de sua vida e rotina, os ajudando com seus poderes — e os andarilhos, que julgam que a natureza é grande demais para ser compreendida quando vista por um único panorama, e por isso vagam com grupos de aventureiros ou solitariamente.

Hierarquicamente, existem os Hierofantes, grandes mestres da Arte Naturalista, contudo, o título é oferecido a uma variedade muito grande de magos, porque um Hierofante de uma pequena comunidade agrícola de Acordo pode não ser mais poderoso que um simples naturalista de Mirdana, por exemplo. Por isso, todas as relações de hierarquia e ordem ficam restritas às normas da boa hospitalidade: os Naturalistas visitantes de uma área respeitarão e colaborarão com os nativos, que em troca oferecerão hospitalidade e ajuda. Existem ainda os Grão-Hierofantes, mestres das diversas vertentes Naturalistas originadas das mais vastas e variadas influências. Entre as vertentes mais conhecidas estão os Puristas, a linha mais próxima do que se pode chamar de um Naturalismo “tradicional”; os Citadinos, magos que levam aos ambientes civilizados das grandes cidades a filosofia e a Arte Naturalista e os Rapinantes, Naturalistas brutais que grassam entre tribos bárbaras de humanos. Outras vertentes são, em relação a estas, muito pequenas ou pouco poderosas para chamar a atenção.

Lideranças

Ligados às vertentes mais conhecidas do Naturalismo, temos três grandes magos, conhecidos e respeitados por todos os Colégios de Tagmar:

Harlam, o Corvo da Tempestade: líder dos Puristas e visto por muitos como herdeiro legítimo de Mirdam, Harlam é um humano de idade avançada e olhos negros cintilantes, que faíscam com uma força indômita. Dizem que ele tem parentesco consanguíneo com Nabu, o Encapuzado dos Necromantes e é fato notório sua antipatia mútua — daí muitos pensarem que existe uma rixa entre Naturalistas e Necromantes, enquanto se trata de um fato isolado, ainda que relevante em função da importância dos envolvidos. O Corvo da Tempestade é muito respeitado entre tribos bárbaras e comunidades pastoris, e dizem que sua sabedoria é igualada por poucos. Está sempre acompanhado de Victor, o Ibendraco, ou filho do dragão, um guerreiro humano conhecido por sua força e brutalidade em combate, e por uma irônica peculiar: ser filho de Nabu.

Urucam, o Lobo Negro: um líder bárbaro das estepes verrogares. Enorme e poderoso, Urucam governa com garras afiadas as falanges Rapinantes de Naturalistas. Contrariando os prognósticos negativos, é visto por sábios e governantes como uma influência, até certo ponto, positiva entre os povos selvagens, uma vez que reprimi manifestações gratuitas de brutalidade e canaliza os esforços das tribos sob sua liderança para a construção de um modo de vida mais harmônico e menos predatório. Mas que ninguém se engane — Urucam vê a si e ao seu povo como caçadores tenazes, e defende furiosamente seu território contra empreitadas “civilizadoras”, tanto humanas quanto élficas.

Talesim, o Jovem Mestre: um mago jovem e sábio, Talesim viu rapidamente a necessidade de transportar para as cidades a filosofia Naturalista, levando a toda parte herbários, boticários ou, quando possível, bosques misticamente construídos: sua intenção é mostrar que civilização não é antônimo de vida natural. Ele conta com o apoio de muitos elfos urbanos e goza da simpatia de alguns nobres de Lar e Âmiem, uma vez que seu projeto de urbanismo não agressivo à natureza vai ao encontro do estilo de vida élfico. Carismático e talentoso, o Menestrel tem como ponta de lança de seu projeto a cosmopolita Saravossa; ao que parece, o modo de vida que defende despertou a nostalgia de muitos dos mais antigos (e poderosos) cidadãos de Calco, que já foi uma potência agrária.
[h2]Rumores e Intrigas[h2]
Terremotos e tempestades devastadoras: uma série de eventos catastróficos, como terremotos e tempestades devastadoras, começaram a ocorrer em algumas regiões selvagens de Tagmar. Os Naturalistas desconfiam que o equilíbrio do Amplexo Vital está sendo perturbado por algo ou alguém. A fonte dessas perturbações e o que exatamente está por trás disso são, até agora, um grande mistério.

Encontro dos líderes: um dos Grão-Hierofantes do Colégio Naturalista está organizando um encontro de todos os líderes das diferentes vertentes em uma conferência importante. O objetivo é alcançar um acordo para unificar o Colégio sob uma liderança única e fortalecer sua influência no mundo de Tagmar. Porém, as diferenças ideológicas e rivalidades entre as vertentes ameaçam desencadear um conflito interno.

Folha da Eternidade: uma planta misteriosa e rara foi avistada nas profundezas da Floresta de Melram, conhecida como "Folha da Eternidade". A lenda diz que ela foi descoberta por Mirdam em pessoa. Acredita-se que essa folha possui propriedades curativas poderosas e pode até mesmo prolongar a vida. Naturalistas, alquimistas e aventureiros ambiciosos estão em busca dessa planta milagrosa.

Maldição Naturalista: uma série de eventos estranhos e inexplicáveis estão ocorrendo em uma comunidade agrícola sob a influência dos Naturalistas. Colheitas murcham, animais adoecem e fontes de água secam. Suspeitas recaem sobre um grupo de Naturalistas que acreditam que a realização de rituais específicos pode trazer uma grande colheita, mas parece que algo saiu errado.

O oráculo: um enigmático oráculo tem aparecido nas proximidades do Colégio Naturalista em Naturae Domo, afirmando ter visões sobre um desastre iminente que ameaça todo o continente. Os Naturalistas estão divididos sobre a credibilidade do oráculo, mas sua mensagem ressoa com alguns como um aviso urgente.

Os Sussurrantes: uma facção secreta de Naturalistas conhecida como "Os Sussurrantes" surgiu dentro do Colégio. Eles acreditam que o Amplexo Vital é apenas o começo de uma compreensão mais profunda da natureza e buscam mergulhar ainda mais nos segredos ocultos da vida e da morte. Essa facção provoca divisões entre os Naturalistas, com alguns vendo-os como visionários e outros como hereges perigosos.

Artefato roubado: o líder dos Puristas, Harlam, tinha em sua posse um poderoso artefato naturalista que foi roubado. Há rumores de que ele foi traído por alguém próximo e que o artefato possui um poder incrível para alterar o equilíbrio da natureza.

Antigo pergaminho: um antigo pergaminho foi descoberto nas profundezas da floresta de Aberdim, contendo um feitiço perdido que permite ao conjurador se comunicar com a própria essência do Amplexo Vital. Naturalistas de todo o continente estão interessados em adquirir esse pergaminho, e uma corrida para encontrá-lo se inicia. Mas, há relatos de que a floresta está repleta de criaturas estranhas e hostis.

Magia proibida: um grupo de Naturalistas renegados começou a praticar magia proibida, buscando alcançar o terceiro círculo do Amplexo Vital sem respeitar os princípios éticos do Colégio. Esses magos rebeldes acreditam que a obtenção de poder a qualquer custo é justificável para alcançar a verdadeira compreensão da natureza.

Expedições para as Terras Selvagens: Os Naturalistas estão organizando expedições para explorar as regiões selvagens e inexploradas de Tagmar em busca de novas formas de vida e segredos esquecidos. Eles buscam a ajuda de aventureiros experientes para se juntarem a essa jornada perigosa. Mas, há relatos de terríveis bestas e entidades ancestrais que protegem essas regiões, tornando a expedição uma verdadeira prova de coragem e determinação.



Verbetes que fazem referência

Livro dos Colégios

Verbetes relacionados

Colégio Alquímico | Colégio das Ilusões | Colégio do Conhecimento | Colégio Elemental | Colégio Naturalista | Colégio Necromântico
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